Grupo criminoso movimentou R$ 680 milhões com rifas ilegais nas redes sociais.
Na manhã desta quarta-feira (9), a Polícia Civil da Bahia deflagrou a Operação Falsas Promessas 2, com o cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva — incluindo cinco policiais militares —, 30 mandados de busca e apreensão, além de seis medidas cautelares alternativas à prisão. A ação mira uma organização criminosa especializada em rifas ilegais e lavagem de dinheiro.
Entre os detidos, estão quatro indivíduos apontados como líderes do grupo, localizados em Vera Cruz, Juazeiro, na Região Metropolitana de Salvador, e um membro capturado em São Paulo. Esses suspeitos ocupavam posições estratégicas no planejamento e coordenação das atividades ilícitas da quadrilha.
Com atuação em Salvador, Região Metropolitana, São Felipe, Vera Cruz, Juazeiro e Nazaré, a organização operava com uma complexa rede de transações financeiras. O esquema utilizava empresas de fachada e “laranjas” para mascarar a origem do dinheiro obtido de forma ilegal.
As investigações revelaram a participação de policiais militares da ativa e ex-integrantes da corporação, entre eles, o influenciador Alexandre Tchaca, que ofereciam proteção ao grupo, repassavam informações privilegiadas e, em alguns casos, participavam diretamente da operação das rifas fraudulentas.
A quadrilha promovia rifas de centavos pelas redes sociais, com prêmios atrativos, como carros de luxo, a fim de atrair um grande número de participantes. Contudo, os sorteios eram manipulados, e os prêmios muitas vezes eram entregues a integrantes do próprio grupo, com o objetivo de dar aparência de legitimidade ao esquema e maximizar os lucros.
Durante as diligências, que ainda estão em curso, foram apreendidos carros de luxo, relógios, dinheiro em espécie, celulares e notebooks. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando R$ 680 milhões em bens e valores sequestrados.
A operação é coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), com apoio de unidades táticas da Polícia Civil e acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, que conduz a apuração disciplinar dos agentes públicos envolvidos.